sábado, 29 de janeiro de 2011

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 eu queria ser a pessoa sóbria que pega as roupas, vai pra rodoviária e embarca pra qualquer lugar sozinha 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

mubarak likes philistines

quando eu tinha uns 15 anos arranjei um emprego numa loja de narguile. ficava fumando o cachimbo de água o dia todo com a ana e o baba sayed, um egípcio que amava guaraná. tinha fumo de tudo que é tipo, menta, laranja, red bull, chocolate. foi com esse summer job (sempre tive summer job) que vi o show da björk. um dia ele pegou um guardanapo, uma caneta, desenhou o canal de suez, falou metade em árabe, metade em inglês, alguma coisa sobre isso. alguma coisa sobre o saddam também, sobre os americanos serem mercenários - 'porque tirar saddam e não tirar mubarak? ele malvado igual'. daí nascia uma veia grande na testa do baba. depois ele comentava que kuat lembrava seven up. e acabou a conversa com 'mubarak likes philistines, so america loves mubarak, por isso vim pra Prassil'


vender narguile era tipo a minha barraca de limonada.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

coração



enquanto leio, meus textos se fazem descobertos.
é difícil escondê-los no meio dessas letras.
então me nutro das tetas dos poetas pensados no meu seio.




ilustração do bruno () para o poema de ana cristina césar.
revista babel  

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

parabéns




o tamanho do ego é diretamente proporcional a sua fragilidade.
não sei até que ponto uma insegurança pode dominar a vida de alguém.
quando isso se torna um delito?
quando o caráter de uma pessoa se torna questionável?
o limite da necessidade de aprovação. não sei.

sábado, 15 de janeiro de 2011

plumas





tou numa fase plumas da vida. fiz um acordo com a gabe e a morgs, quem achar uma blusa igual essa primeiro vai ter que comprar três pra dividir com as amigues.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

pernas boas de parir, braços bons pra carregar



'pois desgraça é assim, se a gente não sabe nem fala que ela está ali presente, ela quase não existe e já depois que se disse ainda é preciso de tempo, contar tudo muitas vezes, pra poder pegar jeito de se sentir infeliz.'

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

não


tinha falado que eu era cafona e achava isso bonito. continuo sendo cafona, mas pensei bem e não acho mais bonito. na verdade, acho de uma covardia tremenda. é o tipo de situação que era pra você se sentir imensa, mas você se sente pequena, porque não dá de falar não. sabe aquele constrangimento que bate quando um gatinho te olha com olhos marejados atrás de comida? é um não que não sai. apelação. sacanagem. é esperar de você o que você não sabe se quer. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

digite o zero antes


estranho. não sei se foi sonho ou não.
mas vi alguém me dizendo algo como: 
"nossa, você de maquiagem, dormindo, fica muito bonita" 
nunca durmo de maquiagem. número errado.



segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

esse ano acabou hoje

agora percebi que fiz coisas legais nesse ano que acabou de acabar.
sabe, fui estagiária da bienal, isso foi muito 'gente, quero pra sempre'.
vi a laurie anderson de pertinho, em violino e gelo.
escrevi um artigo acadêmico bonitinho.
vi a marina abramovic em carne e cabelo. de perto também.
subi no cristo.
votei. nunca tinha votado.
vi váááários quadros do andy warhol. três vezes.
conheci gente legal. bem legal.
ganhei o livro mais legal.
fui no astrólogo (hélio, que quer dizer 'sol').
gêmeos com ascendente em sagitário. lua em virgem, ok.
continuo sem pintar os cabelos.


(aqui a coisa mais bonita que vi: alessandra sanguinetti)

se plantar menina nasce mulher?

sábado, 1 de janeiro de 2011

frio





queria conhecer um desconhecido. um amigo estranho. alguém que eu não conheça nada, nunca tenha visto, não tenha nenhuma referência e que ninguém que eu conheça também o conheça. nada. necas de pitibiribas.


I'm sure it could have gone on another way, a completely different way, a way that doesn't ever come to mind.