quarta-feira, 27 de julho de 2011

domingo, 24 de julho de 2011

homem



não tenho inveja da sagacidade
nem da intuição
não tenho inveja da fidelidade
nem da dissimulação
só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos
e dos orgasmos múltiplos
eu sou homem

sábado, 23 de julho de 2011

silver stallion



and we're gonna ride, we're gonna ride.
ride like the one eyed Jack of diamonds with the devil close behind
we're gonna ride

quarta-feira, 20 de julho de 2011

cálice

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, Pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça!
Minha cabeça perder teu juízo.
Quero cheirar fumaça de óleo diesel 
Me embriagar até que alguém me esqueça 
Cale-se

(pra mim, uma das melhores poesias)

domingo, 17 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

comer

"então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida"





via gabi

onde estão as faíscas?

bonjour

segunda-feira, 11 de julho de 2011

gripe

o som

"Porque o pai disse que os relógios matam o tempo. Ele disse o tempo morre sempre que é medido em estalidos por pequenas engrenagens; é só quando o relógio pára que o tempo vive." -

W. Faulkner